domingo, 26 de julho de 2009

A fé move montanhas.




Quando nos propomos a fazer algo em que não somos movidos pela fé, ou em que acreditamos muito pouco e cujo cepticismo esta latente, corremos sérios risco de o não concretizar.



Antes de mais queria retratar-me perante os meus "fãs", os meus amigos, que acreditaram em mim para que levasse a cabo a jornada a que me tinha proposto, mas que acabou por não ter êxito devido a um sem numero de factores.



Ora se a fé move montanhas, a água desmorona-as e foi isso que na realidade aconteceu, pois no primeiro dia de viagem, Quarta, dia, 22 de Julho, parti da estação de Sete Rios, com destino a Valença, por forma da dormir no albergue de são Teotónio, onde no dia seguinte iniciaria a minha jornada pelo caminho Português até Santiago a pé; mas a viagem para o Minho foi feita de baixo de uma chuva torrencial o que começara desde logo a minar a minha confiança, mas nada que o meu optimismo não conseguisse superar na esperança de que o tempo melhorasse, sim porque quando saí do autocarro apanhei uma daquelas molhas inesquecíveis, mas por fim lá mudei de roupa e jantei, carreguei o cartão do telemóvel, fiz a respectiva inscrição e pedi as credenciais e lá fui descansar para que no dia seguinte estivesse sem problemas de maior para iniciar a jornada.



levantei-me de madrugada ainda o sol não tinha nascido, tomei banho e iniciei o caminho, direito a Tui, através da ponte internacional, tirei as fotos da praxe e continuei já tinha andado cerca de hora e meia quando já saia de Tuí as condições climatéricas começaram a alterar-se e a tão temida chuva fez a sua aparição, ora se os sapatos no dia anterior tinham secado debaixo dos convectores de aquecimento do albergue, ali tinham de secar nos pés e assim foi choveu durante quinze minutos o suficiente para que o moral fosse por "água abaixo", mas com calma a coisa lá se foi compondo e consegui chegar à primeira terra o Porriño.



Aí a estratégia deveria de ter funcionado e o bom senso imperado, porque devia ter ficado por aí, mas a teimosia por vezes tolda-nos o pensamento e continuei até à terra seguinte de seu nome Redondela, sempre com o espectro de chover a qualquer momento, mas que não viria a acontecer. Ao chegar fiz a inscrição no respectivo albergue, que estava quase lotado, estando apenas duas "litéras" disponíveis, as perguntas do costume quantos km faltam para tal sítio, mais uma vez a cometer os tais erros de estratégia e mais um abalo na confiança, pois a kilometragem não condizia com aquela que eu tinha em mente percorrer.



Banho, compras para o dia seguinte não ter de parar para comer, jantar telefonar para casa e para os amigos e mais um erro de estratégia, quanto a mim o mais crasso, ler um livro cujo nome é: "Entrevista com Einstein" que como todos sabemos a ciência é incompatível com as religiões, o que me levou a pensar que aquilo das peregrinações não era bem aquilo que eu queria fazer.


No dia seguinte levantei-me bem cedo e comecei a minha jornada que me levaria até Pontevedra e depois para uma terra que se chama Brialhos e aí pernoitaria, mas a coisa não correu de feição e logo após ter saído de Redondela a chuva fez a sua aparição embora de inicio tenha sido com alguma suavidade logo passou a dilúvio, ora se a confiança já não era muita aí foi-se o resto por agua abaixo e quando cheguei a Pontevedra a primeira coisa que eu vi foi a estação de camionagem nem hesitei entrei e perguntei se havia algum expresso que ligá-se a Lisboa, nem de propósito havia um que partia dentro de quinze minutos, e só havia um lugar, estavam reunidas as condições para que eu deixá-se que um dilúvio provocasse o desmoronamento de toda aquela força que me levara até ali, e que eu cheguei à conclusão de que para além de respeitar a fé dos outros ela não é definitivamente a minha.


Se a fé move montanhas a água provoca deslizamentos e foi isso que me aconteceu.




Quero desejar a todos muita Saúdinha da Boa!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Elas aí estão, para curtir com calma e moderação!

Pois é... Aí está o verão do nosso contentamento, aquele que nos fáz dormir pouco, sim , porque nas noites de verão em que a companhia é daquelas "à moda antiga" em que ficamos horas esquecidas na "palheta" e quando damos conta são quase horas de levantar para voltar á "escola" Escola... eu falei em escola? Não... O que eu queria dizer era ao trabalho, porque da escola livrámo-nos à tres semanas, agora o que importa é assegurar que quando chegar-mos às férias já temos os "cromados afinadinhos" sim ; porque chegar ao local das férias com o bronzeado de "mestre de obras" sem desprimor para quem tem de trabalhar na construção civil, mas se encontrarem um cicloturista na praia depois de pedalar com este sol, facilmente confundirão com uma pessoa que desempenha as suas funções profissionais ao ar livre.
Viva a descontracção, viva as cacholadas, vivam os amigos e as sardinhas assadas.
Viva os Portuguesses, vivam os espanhois, vivam as cervejinhas e os caracóis.
Viva o entrecosto, viva a entremeada, viva o pimento e viva a salada.
Viva o melão e a meloa, vivam todos com Saúdinha da Boa!

sábado, 4 de julho de 2009

Espelho Meu, Espelho meu!

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.

Precisa-se de matéria prima para construir um País Eduardo Prado Coelho - in Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa Portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !

Depois de ler isto, chego a pensar se o próprio fado é aquilo que parece, ou se valeu a pena o dom Afonso Henriques insurgir-se contra a própria mãe, qual terá sido a desculpa que ele deu? Quanto à minha opinião sobre este assunto, não quero crer que todos sejam medíocres a esse ponto e mais se todos se dedicarem a educar os filhos e não a deixar que outros o façam, não haverá tanta " indústria de desculpa e estupidez" o que é preciso é que todos sem excepção, assumam de uma vez por todas as suas responsabilidades.
Todos sabemos que a coisa que mais se produz em Portugal e que não se pode exportar é a "inveja" que aliada a essa outra que dá pelo nome de "irresponsabilidade" acaba por levar-nos a pensar que a culpa acaba por ter de morrer solteira.
Haja decência, haja responsabilidade, haja justiça e um bem haja a todos quantos lerem isto.
Quero desejar a todos muita saúdinha da boa!